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sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Primeiros Contatos e Experiências através do PIBID


   Há muito se discute as dificuldades enfrentadas por professores recém-formados em seus anos iniciais de carreira. Isto porque ainda muitos dos que pisam numa sala de aula pela primeira vez estão providos de muita teoria e pouca prática.
Uma reportagem publicada pela Folha (http://goo.gl/WeKGgi) apresentou um levantamento realizado pelas fundações Victor Civita e Carlos Chagas – fundações que visam contribuir com a qualidade do Ensino Básico no Brasil – onde os resultados apontam que a carga horária de muitos cursos, como o de Letras e Ciências Biológicas, detêm apenas 10% dedicados à docência, enquanto que mais de 50% são referentes a conhecimentos específicos da área.
   A missão de um professor, no entanto, não é deter o conhecimento para si, mas sim, ser capaz de abrir portas de acesso a esse mesmo conhecimento para o aluno. O conhecimento é, sim, muito importante ao professor, pois é a partir dele que será possível articular seus caminhos na docência, mas, em síntese, não se trata apenas disso.
   Do outro lado da balança temos projetos como o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência, o PIBID, criado em 2007 pelo Ministério da Educação, que hoje, contando com o PIBID¹ e o PIBID Diversidade² (1. Edital Capes nº 61/2013; 2. Edital Capes nº 66/2013), concedeu para o ano de 2014 90.254 bolsas. O número de professores atuantes no Brasil é de aproximadamente 2,1 milhões,  portanto, se formos comparar, o número de iniciantes à docência registrados no PIBID – 72.845 dos 90.254 bolsistas -,  temos um número pequeno, mas que vêm provando cada vez mais sua importância para formação de professores mais qualificados.
   O peso de um projeto como o PIBID se revela a cada vez que experiências práticas em sala de aula se concretizam. Estou no segundo ano do curso de Artes Visuais – Licenciatura. Há quase um ano integrado ao projeto, e até aqui inúmeras experiências adquiridas em sala de aula nesses últimos meses.  Antes disso meu conhecimento sobre o espaço escolar era, ainda, enquanto aluno. Agora, como futuro professor, percebo que muitos dos recém-chegados à docência irão para as salas de aula com essa experiência de quando também eram alunos, com pouca ou quase nenhuma prática enquanto professores. É aí que a sala de aula pode se transfigurar em um pandemônio.
   Minha felicidade em poder ingressar ao PIBID foi ter em mãos a oportunidade de desmistificar a prática docente que tanto se ouve falar. É claro, o professor brasileiro não se queixa apenas do que encontra sala de aula adentro, existem outras fragilidades na educação brasileira, mas isto é um assunto para discutirmos com mais severidade em outra oportunidade.  O que enfatizo aqui é a prática em si, o contato com os alunos, o conhecimento do espaço físico e de gestão da escola. Aos poucos fui conhecendo aquilo que antes apenas havia discutido na sala da Universidade. Do plano de aula à merenda, inter-relacionados e devidamente apropriados, aos poucos. 
   Em uma das atividades realizadas na escola onde participo como integrante do PIBID, a Escola Estadual Medalha Milagrosa, estive à frente da turma para reger uma aula sobre Arte Egípcia. A atividade desenvolvida foi aplicada à 6º série turma B, supervisionado pelo Professor Coordenador Nelson Silva Jr e pela Prof.ª Andréia Wolinski.
   A atividade fora desenvolvida em agosto. De lá pra cá pude revisar muitas questões a respeito da prática docente a partir de vivências reais em sala de aula, algo único se pensarmos nos dados revisados no início do texto. Felizmente
Fotografia - Fonte: Elaborado pelo autor
nas duas aulas em que tive de conduzir, os alunos foram muito solícitos em participar da proposta da aula. O que se buscou, juntamente com a Profª Andreia, fora intercalar o conteúdo à atividade prática constantemente, não deixando espaços vagos no assunto, excluindo a ideia ultrajada de que a prática no Ensino da Arte seja meramente recreativa. Dessa forma, após os alunos já terem sido apresentados ao conteúdo teórico da Arte Egípcia, sua tarefa seguinte seria confeccionar sua própria pirâmide. O resultado final da atividade rendeu a montagem de uma ‘’maquete-deserto’’ onde todos os alunos expuseram suas pirâmides já concluídas, o que
Fotografia - Fonte: Elaborado pelo autor
particularmente me deixou muito contente, pois em meu primeiro esforço frente à educação, tendo apoio e planejamento, vi manifestarem-se de forma concreta conhecimentos que antes eram pertinentes somente a mim.

   Em vista de vivências como essa devemos voltar nossa atenção para programas governamentais como o PIBID, preconizando e ampliando de forma inteligente e organizada o que pode ser a chave para uma educação de qualidade que não mais se encontra distante ou apenas no campo das ideias e discussões, mas que é, acima de tudo, possível. 

REFERÊNCIAS:
http://www.capes.gov.br/
http://www.folha.uol.com.br/
http://www.fvc.org.br/

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